Frei Vanildo Lyiz Zygno
Capuchinho, mestre em Teologia, professor da Estef
Vive-se apenas uma vez. Por isso o mistério da vida e da morte é tão necessário ser pensado
O ser humano é uma criatura de Deus. E, como a de toda criatura, existência humana tem um começo e um fim. Não somos eternos neste mundo ... Tão certo quando c fato de que um dia começamos :; viver, é o fato de que um dia morreremos. Nossa vida terrena vai tel um fim! Assim considerado, o firr da existência humana deveria ser visto como um fato natural.
Apesar de termos consciência desta realidade, o fato ou a possibilidade da morte de uma peSS02 próxima de nós ou até mesmo de um estranho, faz com que vejamos a morte como algo que não deveria acontecer ou que é dificil de aceitar. Daí nasce a pergunta: por que a morte intriga tanto? Porque tanta dificuldade em falar da própria morte? Por que é tão difícil encarar a morte dos outros, especialmente das pessoas que são mais próximas de nós? Por que tanto mistério ao redor da morte se ela é um fato natural pelo qual todos passaremos?
Sentir dor diante da morte de uma pessoa querida ou sentir a possibilidade da própria morte como separação dolorosa das pessoas que amamos, faz parte da nossa condição humana. Passamos nossa vida construindo relações. Dentro da família aprendemos a querer bem as pessoas como pais, filhos, irmãos, tios, primos... Na sociedade, aprendemos a ser cidadãos, a nos sentirmos responsáveis pelo destino das pessoas que conosco partilham sonhos e esperanças. Na Igreja, aprendemos a sentir cada irmão e cada irmã como um dom precioso e único de Deus. São relações que nos marcam e que, de forma muito profunda, vão construindo a nossa própria identidade. Muito do que nós somos, é aquilo que somos para os outros e os outros são para nós. As impressões que as outras pessoas deixam em nós, as carregamos para toda a vida. Ninguém é sozinho nesse mundo. Somos aquilo que somos para os outros e aquilo que os outros são para nós. Somos seres de relações e seres em relações.
Por isso, quando alguém próximo de nós morre, dizemos que é um pouco de nós mesmos que morre, pois com ele vão todas as convivências e projetos que juntos construímos. Ficam as recordações, os bons momentos que partilhamos e o bem que ajudamos a construir. Mas fica um vazio que nunca será suprido. Por isso, a morte dói.
A insensibilidade diante da morte é sinal de uma vida vivida na superficialidade ou de relações que não alcançaram o profundo do ser humano. Sentir a dor diante da partida definitiva de alguém é um grande sinal de humanidade e profundidade das relações.
Sem volta - Mas há uma outra razão que faz com que a morte seja um fato que tanto nos questiona: "A morte é o termo da vida terrena ( ... ) e a lembrança da nossa condição de mortais também serve para nos lembrar de que temos um tempo limitado para realizar a nossa vida" (cf Catecismo da Igreja Católica, n. 1007). A morte nos lembra que o que realizamos nesta vida está feito e não podemos voltar atrás. E o que deixamos de fazer nunca mais poderemos realizar. Não há segunda chance ... A morte põe diante de cada um as grandezas e as limitações de nossa existência e nos faz pensar na qualidade de nossa existência.
Pensar na morte é sempre pensar na vida e perguntar-se: vale a pena viver do jeito que estou vivendo? A minha vida, assim como a estou vivendo, é vida mesmo ou é uma morte antecipada?
Como nos lembra o Catecismo da Igreja Católica, "a morte é o fim da peregrinação terrena do homem, do tempo de graça e misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida terrena segundo o plano divino e para decidir o seu destino último" (n.1013). Não há possibilidade de uma outra vida aqui na terra ... Porque a nossa vida aqui na terra é uma só, morremos uma só vez (Hb 9, 27). Por isso o mistério da vida e da morte é tão profundo e tão necessário de ser pensado
O ser humano é uma criatura de Deus. E, como a de toda criatura, existência humana tem um começo e um fim. Não somos eternos neste mundo ... Tão certo quando c fato de que um dia começamos :; viver, é o fato de que um dia morreremos. Nossa vida terrena vai tel um fim! Assim considerado, o firr da existência humana deveria ser visto como um fato natural.
Apesar de termos consciência desta realidade, o fato ou a possibilidade da morte de uma peSS02 próxima de nós ou até mesmo de um estranho, faz com que vejamos a morte como algo que não deveria acontecer ou que é dificil de aceitar. Daí nasce a pergunta: por que a morte intriga tanto? Porque tanta dificuldade em falar da própria morte? Por que é tão difícil encarar a morte dos outros, especialmente das pessoas que são mais próximas de nós? Por que tanto mistério ao redor da morte se ela é um fato natural pelo qual todos passaremos?
Sentir dor diante da morte de uma pessoa querida ou sentir a possibilidade da própria morte como separação dolorosa das pessoas que amamos, faz parte da nossa condição humana. Passamos nossa vida construindo relações. Dentro da família aprendemos a querer bem as pessoas como pais, filhos, irmãos, tios, primos... Na sociedade, aprendemos a ser cidadãos, a nos sentirmos responsáveis pelo destino das pessoas que conosco partilham sonhos e esperanças. Na Igreja, aprendemos a sentir cada irmão e cada irmã como um dom precioso e único de Deus. São relações que nos marcam e que, de forma muito profunda, vão construindo a nossa própria identidade. Muito do que nós somos, é aquilo que somos para os outros e os outros são para nós. As impressões que as outras pessoas deixam em nós, as carregamos para toda a vida. Ninguém é sozinho nesse mundo. Somos aquilo que somos para os outros e aquilo que os outros são para nós. Somos seres de relações e seres em relações.
Por isso, quando alguém próximo de nós morre, dizemos que é um pouco de nós mesmos que morre, pois com ele vão todas as convivências e projetos que juntos construímos. Ficam as recordações, os bons momentos que partilhamos e o bem que ajudamos a construir. Mas fica um vazio que nunca será
suprido. Por isso, a morte dói.
A insensibilidade diante da morte é sinal de uma vida vivida na
superficialidade ou de relações que não alcançaram o profundo do ser humano. Sentir a dor diante da partida definitiva de alguém é um grande sinal de humanidade e profundidade das relações.
Sem volta - Mas há uma outra razão que faz com que a morte seja um fato que tanto nos questiona: "A morte é o termo da vida terrena ( ... ) e a lembrança da nossa condição de mortais também serve para nos lembrar de que temos um tempo limitado para realizar a nossa vida" (cf Catecismo da Igreja Católica, n. 1007). A morte nos lembra que o que realizamos nesta vida está feito e não podemos voltar atrás. E o que deixamos de fazer nunca mais poderemos realizar. Não há segunda chance ... A morte põe diante de cada um as grandezas e as limitações de nossa existência e nos faz pensar na qualidade de nossa existência.
Pensar na morte é sempre pensar na vida e perguntar-se: vale a pena viver do jeito que estou vivendo? A minha vida, assim como a estou vivendo, é vida mesmo ou é uma morte antecipada?
Como nos lembra o Catecismo da Igreja Católica, "a morte é o fim da peregrinação terrena do homem, do tempo de graça e misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida terrena segundo o plano divino e para decidir o seu destino último" (n.1013). Não há possibilidade de uma outra vida aqui na terra ... Porque a nossa vida aqui na terra é uma só, morremos uma só vez (Hb 9, 27). Por isso o mistério da vida e da morte é tão profundo e tão necessário de ser pensado.