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Reforma de Ezequias
Reforma de Ezequias

Ezequias filho e sucessor de Acaz, chegou ao trono de Judá após a morte de seu pai. Na conjuntura internacional que envolve o pequeno reino do sul, Ezequias assume o poder em Judá, quando o império assírio está próximo de seu auge. Em seu tempo, o reino de Israel ao norte fora invadido e teve a sua capital, Samaria destruída. Israel passa a ser uma província do império assírio. Ezequias acolhe milhares de fugitivos de Israel, Judá crescerá e Jerusalém terá seu tamanho e sua população aumentada em mais de dez vezes nos primeiros 20 anos da dominação assíria na região.

 

Ezequias pensa ser possível fazer frente ao avanço assírio juntando-se ao Egito, aos Filisteus e outros reinos da região. Constrói um aqueduto que leva água da fonte Gion para dentro da cidade. Cavado na rocha, esse túnel, é considerado uma brilhante obra de engenharia para seu tempo, considerando as ferramentas e a forma como a rocha foi escavada, e até hoje, leva o nome de “túnel de Ezequias” provendo assim a cidade de água mesmo em meio a um cerco de inimigos. Ezequias prepara-se para uma guerra. Prevendo um cerco assírio, num eminente e possível ataque da Assíria, as muralhas também serão ampliadas e reforçadas. No meio destes preparativos promove uma reforma religiosa e política com a reestruturação do culto, estabelecendo Yahweh como o único Deus de Judá, removendo altares dedicados a outras divindades, combatendo especialmente o culto a Baal e à Asherá em Jerusalém e fora dela, estabelecendo que as ofertas e dízimos deveriam ser trazidas todas somente para Yahweh em seu Templo de YAHWEH, em Jerusalém. Estabelece a Monolatria como religião oficial de seu reinado.

 

Suas reformas ocorrem após Israel ter sido conquistada e parte de sua elite deportada para outras províncias do império assírio. Certas obras da reforma destinam-se a acolher os milhares de membros da elite nortista que buscaram abrigo na cidade de Jerusalém e nos arredores. As reformas de Ezequias representaram uma grande concentração de poder político e religioso, além da concentração de riquezas na corte de Jerusalém. Muito provavelmente Ezequias e seu grupo tenham efetuado as reformas com motivações e interesses mais políticos do que espirituais.

 

Mas o que temos registrado nos relatos bíblicos é a figura de um rei que aparece quase “canonizado”. Porém quando fazemos uma análise histórica baseada em novos fatos arqueológicos descobertos recentemente podemos notar indicações de que suas reformas trazem de fato outros motivos que não o tornam tão “santo” assim. Acreditamos que além do motivo religioso muito bem apresentado pelo relato bíblico há outros fatores que evidenciam uma tendência política envolvida em seus atos.

 

Vamos revisitar a reforma de Ezequias através do que já foi escrito sobre ela. Numa busca pelas dimensões envolvidas como plano de fundo para tal reforma. Nessa análise bibliográfica pretendemos observar de que modo e até onde os motivos religiosos foram expostos com a finalidade de respaldar o interesse político também presente na reforma de Ezequias. Vamos então realizar essa análise em autores clássicos da história de Israel, incluindo também autores contemporâneos. Observando além dos aspectos religiosos os aspectos políticos envolvidos nessa reforma. Com a intenção de demonstrar como uma leitura fundamentalista dos textos bíblicos pode impedir na compreensão mais ampla, queremos com isto promover interpretações libertadoras do texto. A observância das dimensões da reforma, pode nos ajudar a evitar que a leitura e interpretação sejam equivocadas e abram espaço para o uso intolerante tendo como base textos bíblicos referente a reforma religiosa de Ezequias.